Autoretrato

Meu desejo não evidenciado,

Desde sempre tenho buscado satisfação.

Ora, retalhando retratos, ora, espedaçando meu coração.

Tenho chorado um bocado, tenho sorrido, retribuído

O que vida me dá de melhor.

Tenho vivido, encantado com o mundo ao meu redor.

Difícil o meu vício tão impertinente em subscrever

Por versos e rimas, os extraterrestres que habitam meu ser.

Querendo dar forma ao que foge às normas comuns à matéria.

É um longo passo! Para meu embaraço e minha miséria.

Pouco sei do que faço, mistura de empáfia e alienação,

Como um bicho atrelado ao instinto que impera em sua ação.

Sou um louco de fato, exigindo a autoria de minha pessoa

Num discurso inexato que quanto mais alto mais insano soa!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 10/03/2017
Código do texto: T5937005
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