Autoretrato
Meu desejo não evidenciado,
Desde sempre tenho buscado satisfação.
Ora, retalhando retratos, ora, espedaçando meu coração.
Tenho chorado um bocado, tenho sorrido, retribuído
O que vida me dá de melhor.
Tenho vivido, encantado com o mundo ao meu redor.
Difícil o meu vício tão impertinente em subscrever
Por versos e rimas, os extraterrestres que habitam meu ser.
Querendo dar forma ao que foge às normas comuns à matéria.
É um longo passo! Para meu embaraço e minha miséria.
Pouco sei do que faço, mistura de empáfia e alienação,
Como um bicho atrelado ao instinto que impera em sua ação.
Sou um louco de fato, exigindo a autoria de minha pessoa
Num discurso inexato que quanto mais alto mais insano soa!