Poeta de Manicômio
Dei a cara para bater,
Me dei mal, um tapa levei.
Saltei do avião,
Esqueci o para quedas.
Da banana,
Três sementes plantei.
Quantas notas de cem rasguei?
Foram poucas, que nem sei.
Tenho pele morta em meu dedão,
Mas quem vê cara,
acaba sem tostão.
Naquela curva me perdi,
Acredita? só na subida me encontrei.
Não sou digno de ser Rei,
Mas vejo que roda a redondeza.
Está atrás de uma princesa?
Ou só quer o título da realeza.
Tu não sabes de onde venho!
Nem o que faço agora.
Só me faço um favor,
Pegue suas coisas e vá embora.
Vá morar no Guarujá, Cananéia ou Guaratinguetá,
Eu vou viajar de barco,
Para ilha de Quitambá.
Não deu tempo de voltar,
Mais um choque que tomei.
Mente voltou ao lugar.
Insanos!
Não percebem o quanto dói,
Sinto o cérebro fervilhando.
Mas agora me acalmei,
Parei um pouco de pensar.
Trazem mais um remédio,
Esse é daqueles que não me deixam sonhar.
Gosto de sonhar com a liberdade,
Saiu daqui a vagar.
As pessoas que encontram,
Me cumprimentam por todo lugar.
Não me tratam como bicho,
onde jaula é seu lugar.
Elas me tratam como gente,
Por isso no sonho quero ficar.