Mulheres que somos
Em nós vive a ternura infinita, a força em nada a se comparar, a mudança a ferro e a fogo, o dom de ser capaz de gerar vida sempre a florescer.
Mulheres de peito aberto, femininas, dona de seu corpo, e de seus seios a amamentar o filho em praça pública, numa sociedade machista que brada e aplaude ao corpo nu, e no entanto se constrange com o afeto puro e natural.
Mulheres que somos sempre em feridas, do pranto pelas mães, mulheres que perdem seus filhos e filhas na violência de um mundo desumano, gotejando a alma pelos cantos, essas mulheres de lágrimas.
Mulheres que somos , trabalhando tão quanto e ou ainda a mais que os homens , e mesmo assim não se têm garantidos mesmos direitos, mesmos salários, mesma valorização. De casa pro trabalho, do tanque pra pia, dos livros ao sonho, do canto à poesia, mulheres extraordinárias que lutam noite e dia e ainda são chamadas do lar.
Mulheres que somos que comemoramos hoje o mínimo, um dia, apenas um dia de vitória dada em causa injusta na morte de quem lutou com ousadia, e permanece ainda, lutando bravamente a eternidade contra silêncio dos aflitos, para calar a voz do machismo,e que em si pulsa a feminilidade, a atitude de superar desafios, de ser vista além da beleza do corpo em fina flor da juventude que se atavia, mas pela alma forte e fervorosa em tudo que se desafia.
Mulheres que somos, jovens, mães, profissionais, crianças, amadas, culturais,atemporais, mulheres que devem ser enxergadas não pela classe, nem pela cor, credo, ou crença, mas por seus ideais,
Mulheres que fazem mil coisas ao mesmo tempo e anseiam entre tudo, o mais forte desejo dentro de si:
O de serem tratadas iguais!
Paula Belmino