BARCAÇAS

vidraças espatifadas

calhas

labirínticas

que não transportam a

lugar algum

a água

e barram o sol de sua peregrinação

lavrar as manhãs

coordenar as matilhas

busca de carnes almas bebida

passeio

sem saber ao certo sê-lo

ambiente rival aos sentidos

os olhos entortam à escada

parada há dias

no muro

muralhas delimitando

não países mas pessoas

um acorde e basta

barra a entrada

a better looking brother

não me me foi dado

anseio e fardo

hoje me molhei de

chuva voluntariamente

ando entre pastos

escarros motos

motores altivos não me

assustam

pessoas me apavoram

fantasmas dormem ao meu lado

à deriva a deriva parece como

o corpo na cidade

urbano e descascado.

barcaças me resgatam.

Jardel Rodrigues Ferreira
Enviado por Jardel Rodrigues Ferreira em 07/03/2017
Código do texto: T5933719
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