BARCAÇAS
vidraças espatifadas
calhas
labirínticas
que não transportam a
lugar algum
a água
e barram o sol de sua peregrinação
lavrar as manhãs
coordenar as matilhas
busca de carnes almas bebida
passeio
sem saber ao certo sê-lo
ambiente rival aos sentidos
os olhos entortam à escada
parada há dias
no muro
muralhas delimitando
não países mas pessoas
um acorde e basta
barra a entrada
a better looking brother
não me me foi dado
anseio e fardo
hoje me molhei de
chuva voluntariamente
ando entre pastos
escarros motos
motores altivos não me
assustam
pessoas me apavoram
fantasmas dormem ao meu lado
à deriva a deriva parece como
o corpo na cidade
urbano e descascado.
barcaças me resgatam.