Vidas
Caíram de tuas mãos
os versos dos poetas.
O chão repleto de arte
o mendigo pisou,
tropeçou em sonetos,
rondéis e córdeis,
poesias com rimas,
sem rimas e marginais;
aconchegou o corpo,
adormeceu entre as palavras,
despertou aquecido
em única colcha:
retalhos de canção.
Espreguiçou e partiu.
Sobreviveu em tuas mãos
um novo poeta,
sem ler,
aqueceu um novo poema:
vidas.