Imersa
Em silêncio, fecho-me
Mas esta mudez é produtiva,
Provocadora,
Mais que minha eloquência
Pois quando não minto, te elevas,
Lanças teus voos e lá permaneces
Ausento-te da minha alma
Não, não apelo!
Escoas nestes meus dedos,
Permito que defluas...
E lá se vão algumas verdades
e meias mentiras,
Meros jogos...
Quando me desconheço
Meu receio é que te odeie
e verse-te ao avesso.
Por isso meço palavras
Palmo a palmo,
Mas não é meu esse feitio,
Porque vou fundo,
Não me desvio, redundo
Só assim minha palavra se cumpre
Porque fico em versos imersa,
Sempre.
Nota: Há mais um soneto, pra variar, rss (Conto de Fadas) de Florbela Espanca recitado por mim em minha página de áudios, aqueles que se interessarem em ouvi-lo, está lá! Obrigada!