Ontologia Sabotada

Numa visão de mundo sabotada,

Trai o poeta que rima sem travas,

No jardim, rosa de vidro adotada,

Faz-se mel das palavras escravas.

No passar do tempo, das pessoas,

Peças de morte, mosaicos de vida,

Em mares ocultos escondem canoas,

Navega no oposto a face invertida.

E desbotam o painel de cores frias,

O trato bondoso da lepra que se vê,

Na dor a despedaçar em covardias,

Faz-se poesia do mundo que se lê.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 05/03/2017
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5931166
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