A PARTEIRA...
Quando eu nasci, em dezembro de 1965,
até meu pai que não sorria de nada; sorriu.
E os medos que já eram enormes, se dilataram.
Depois do meu choro, um silêncio absurdo reinou!
Aquele menino monumentou aquele lugar.
Aquele choro acordou a paz reinante na aldeia.
A madrugada delirou e saldou o meu nascimento.
E as folhas se perfumaram todas da brisa matutina!
Nem era para tanto, mas foi; e choveu ainda...
E foi um carinho líquido no semblante de todos.
Quando nasci uma janela de responsabilidades se
abriu aos meus pais, eles ainda sorriram inocentes!
Eu que não sabia de nada, suspirei, suspirei...
Aquecido dormi como quem nem nascera ainda.
Naquela hora perdida, longe de tudo, todos sabiam
que um milagre se deu. E a parteira venceu o medo!