Há momentos
Águida Hettwer
Em que o silêncio torna-se evidente,
Enleada em lágrimas de murmúrio alado,
Gotas passeando na face diligente,
Decifrando a criptografia do ego dilacerado.
Dedilhando arrepios secretos,
Faz-me despender de meus cansaços,
A pele suplica abrigo, em orquestra de carinhos,
Transporta-me para sonhos de ternura, sem percalços.
Há momentos que a saudade vem me visitar,
E a nostalgia toma conta, sem hesitar,
Em meu peito, fervilham ternas emoções.
Soa voz adormecida, aos caprichos do coração,
Ornamentada poesia, reverencio,
Há momentos que palavras nos beijam em silêncio.
04.08.2007