RIOS DA LUA

Três potes, três potes...

Uma caneca esmaltada

na mesa de tabua, um pote

uma cacimba cheia d'água

para cede, vinda do sul

para seca, extensa e forte.

A menina no terreiro

a peneirar arroz com o vento

príncipe no branco cavalo

a marchar em seus sentimentos.

Três potes, três potes

Uma família lá do norte

na casa de pau a pique

folha de coqueiro, telha

de um povo que na roça existe.

Uma peteca no ar

o jogo de cinco - maria

amarelinho e pula corda

boneca de pano, alegria.

Três potes, três potes

Vasilha de alumino

alumiando na bucha

uma fila de menino

uma barriga que embucha.

Três potes, três potes

venha cá minha fulo

veja orvalho que caiu

foi a lua que chorou

tanto amor, pelo seu sol

que as lagrimas formou rio.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 04/03/2017
Código do texto: T5930435
Classificação de conteúdo: seguro