RIOS DA LUA
Três potes, três potes...
Uma caneca esmaltada
na mesa de tabua, um pote
uma cacimba cheia d'água
para cede, vinda do sul
para seca, extensa e forte.
A menina no terreiro
a peneirar arroz com o vento
príncipe no branco cavalo
a marchar em seus sentimentos.
Três potes, três potes
Uma família lá do norte
na casa de pau a pique
folha de coqueiro, telha
de um povo que na roça existe.
Uma peteca no ar
o jogo de cinco - maria
amarelinho e pula corda
boneca de pano, alegria.
Três potes, três potes
Vasilha de alumino
alumiando na bucha
uma fila de menino
uma barriga que embucha.
Três potes, três potes
venha cá minha fulo
veja orvalho que caiu
foi a lua que chorou
tanto amor, pelo seu sol
que as lagrimas formou rio.
Antonio Montes