tempo e destruição

minhas mãos já não seguram

aquelas frutas, todas apodreceram

na passagem do tempo, teus olhos,

duas bolas de infinitos me falando

pequeno, a rua da infância, turbulenta,

mas envelhecida, consigo devolver o

olhar que dela me apavorou, o futuro como um

sol em labareda, nem isso me alucina,

dou goladas de tédio, o vulcao me consome

a cada dia, onde posso ir se tudo tem prazo?

tudo se perde, tudo se cala, oh, tempo! quem

te fez tão forte, serás um deus do apocalipse?

destino tomado, alegria me bebericando nessa

tarde, desço orgulhoso pela sua goela.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 03/03/2017
Código do texto: T5929505
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