Lúdica

Deitada num leito de vento.

Envolta em lençóis de pensamentos

Embalada por lembranças,

Perdidas no tempo...

Com o corpo exitado e aflito,

Recorro a meios poucos ortodoxos,

Para apagar as brasas,

Que me incendeiam os sentidos.

Entregue as carícias de mim.

Embalada por meus devaneios.

Num leito vazio, inerte ...

Lábios entreabertos, entregue à espera,

De um sonhado beijo!

Uma vontade quase insana.

Derruba vergonhas, pudores.

Prisioneira nas garras do desejo,

Repouso serena num lúdico sonho,

Sinto na face uma nuança de um hálito morno,

Imagino a invasão da tua boca,

No meu vale entre as coxas,

Sofreguidão!

Lânguida, reluzente estou,

Meu corpo traduzindo o deleite,

O desfeche da tua incursão no meu ninho de amor!

Dispo o corpo e a alma.

Do teu palco de atuação, as roupas...

Do meu espírito o medo, remorso.

E me entrego inteira aos caminhos,

Vertidos do teu mar de paixão.

Navego num silêncio,

Velado por gemidos,

Suspiros que emito,

Enquanto na noite vazia, sozinha.

Faço amor comigo!

Deitada e entregue a tristeza,

De quem já conheceu o paraíso,

E dele foi expulsa.

Lembro teu sorriso, lindo!

Que me enchia de vida.

Reflito, pressinto um começo de frio.

Um arrepio no corpo,

Provocado pela suave brisa.

Que brinda essa madrugada,

E acaricia meu corpo despido.

Ardendo e sedento,

Ansiando outro corpo.

Carente de sonho, carente de gozo!

Na memória de minha pele,

Ficou gravado teu toque,

Tempo que meu corpo era teu,

E o sonho era nosso...

Observadora
Enviado por Observadora em 13/10/2005
Reeditado em 14/10/2005
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