Lúdica
Deitada num leito de vento.
Envolta em lençóis de pensamentos
Embalada por lembranças,
Perdidas no tempo...
Com o corpo exitado e aflito,
Recorro a meios poucos ortodoxos,
Para apagar as brasas,
Que me incendeiam os sentidos.
Entregue as carícias de mim.
Embalada por meus devaneios.
Num leito vazio, inerte ...
Lábios entreabertos, entregue à espera,
De um sonhado beijo!
Uma vontade quase insana.
Derruba vergonhas, pudores.
Prisioneira nas garras do desejo,
Repouso serena num lúdico sonho,
Sinto na face uma nuança de um hálito morno,
Imagino a invasão da tua boca,
No meu vale entre as coxas,
Sofreguidão!
Lânguida, reluzente estou,
Meu corpo traduzindo o deleite,
O desfeche da tua incursão no meu ninho de amor!
Dispo o corpo e a alma.
Do teu palco de atuação, as roupas...
Do meu espírito o medo, remorso.
E me entrego inteira aos caminhos,
Vertidos do teu mar de paixão.
Navego num silêncio,
Velado por gemidos,
Suspiros que emito,
Enquanto na noite vazia, sozinha.
Faço amor comigo!
Deitada e entregue a tristeza,
De quem já conheceu o paraíso,
E dele foi expulsa.
Lembro teu sorriso, lindo!
Que me enchia de vida.
Reflito, pressinto um começo de frio.
Um arrepio no corpo,
Provocado pela suave brisa.
Que brinda essa madrugada,
E acaricia meu corpo despido.
Ardendo e sedento,
Ansiando outro corpo.
Carente de sonho, carente de gozo!
Na memória de minha pele,
Ficou gravado teu toque,
Tempo que meu corpo era teu,
E o sonho era nosso...