LOROTA

Voote menino, o que, que é isso,

p'ra onde tu vai assim abestado!

Com esse aperriamento todo...

Oxente destraido, não me escutou!

... Cabra da peste, venha cá?!

_ Não posso, não senhô...

To agoniado, indo pra roça

arrancar um pé de macaxeira

para fazer, tapioca e pé de moleque

e outras resenhas.

_ Deixe de lorota, indiota

Infeliz da costela oca...

E para de zunir pedra na água

deixe de aperreio e me traga

A cuia cheia de fava.

Vá num pé, e volte n'outro

você é um abiúdo novo

deixe de abusar, vá as carreira

passe acolá, n'aquele pé de bananeira

e traga também, minha algibeira.

_ Ôxe painho, assim...

alvoroçado mais que o vento

Nem com São Bento, não agüento

hoje, eu não estou arretado

não posso voar nesse estado.

_ Eu já estou com a molesta

deixe d'essa fuleragem toda

calce as alpercata e arroche logo...

Seu bregueço, cheio de miguê

avia! Abusado presepeiro.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 03/03/2017
Código do texto: T5929150
Classificação de conteúdo: seguro