Rastro Das Estrelas
Foi bom enquanto durou, o amor, mesmo platônico.
Preciso, em teoria, começar a aprender a esquecer.
Entretanto, não se esquece que o amor é anacrônico
E, como antigos poetas, lembrar-me-ei dela ao anoitecer.
Esquecendo em a esquecer, fico olhando a sua fotografia,
Relembrando todos os momentos, os de pura bonança.
Até mesmo raras lembranças em que a esperança vivia,
E a procurava no rastro das estrelas por uma semelhança.
A pele clara, como uma estrela em seus primeiros anos,
O charme da silhueta de seu corpo não cede às estações,
Através de uma fotografia, o tempo volta com seus planos
E com isto, a nostálgica e presente dor, cicatrizada nas ilusões.
Seus cabelos lembram a delicadeza e a serenidade do mar,
Como as das águas desconhecidas de Europa, misteriosas.
Seu sorriso, como estrelas do passado que ainda vão brilhar;
E em seu olhar, a inspiração para as novas nebulosas.
Contudo, Europa não é mais uma, entre tantas, luas distantes.
Como sua natureza, minhas lágrimas buscam por uma saída.
Entretanto, Europa esconde a esperança para dias brilhantes!
E diferente daqui, lá há a possibilidade de uma nova vida.