A Rosa de Afrodite
Tentei escrever um poema
E enviar as estrofes ao céu
Mas o poema existe
E já está no papel...
Zeus devolveu-me o rascunho
Acusando-me de inveja
Porém não sabia ele
Que o poema não pertencia a Hera...
Sim, o poema existe
Com versos inversos
E tortas linhas,
Mas a essência daquelas rimas
Sempre foi e será só minha...
Declamei-o ao universo
Com todo o amor e onisciência
E o poema foi ouvido
Nas profundezas pelas Nereidas:
"Não chores, oh Citereia_
Não fiques assim tão triste!
No poema verás teu nome,
Esperes e não duvides."
Agradeço-vos gentis ninfetas,
Guardarei tais conselhos comigo...
Também contarei com Chronos
Que provou ser um grande amigo!
Dediquei os meus versos a Eros_
Querido e amado filho,
Pra que saiba que é vindo
Do amor mais que atrevido.
Para Adônis, só para Adônis
Eu guardei os poderes do cinto...
E no poema tingi seu nome
Com a rosa rubra do meu destino.