Desabafando com Drummond

Quando eu nasci Drummond

Um anjo também veio me visitar

Acho que era um querubim

Ele disse assim: “Vai, Sândila! Ser beradeira na vida.”

Depois que cresci virei ribeirinha

Os termos mudaram, mas não me afetaram

Continuo sendo beradeira

Meu orgulho é demais.

Das águas traiçoeiras

Vejo um povo guerreiro

Como aquele teu anjo batalhador

Eu sei como é sofrida

A vida da minha gente

Que acorda cedo pra pegar no batente

Cuida de tanta coisa

Trabalha sol a sol e ainda vive sorridente.

Mas Drummond eu nasci na capital

Aos dois meses já não sabia o que é colo maternal

Meus avós me educaram

Assim eu cresci e estudei

A eles agradeço tudo o que sei

Ah! Drummond eu também achei que a ausência é falta

Me sentia triste e muito ruim

Mas passou, passou sim.

Bem Drummond desculpe falar assim

Mas é porque encontrei muitas pedras no camin

Na verdade uma barragem

Porque as pedras que por foto vi

Foram deterioradas,

Junto a uma linda cachoeira,

Por ganancia do homem

Colocaram uma usina ali.

Sabe caro Carlos

Como na quadrilha

Eu também me apaixonei

Mas sorte dei

Eu não sei caro amigo

O que falta no amar para sempre

Por isso vou arriscando

Espero uma hora acertar.

Ai! amigo Drummond,

Tenho que ir

Minha vida é de ribeirinha

Não é fácil aqui

Vou em busca de melhoria

Mas pretendo voltar um dia

Pois tenho sangue beradeira

Sangue de gente guerreira.

LATOYNHA
Enviado por LATOYNHA em 28/02/2017
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