Naquele lugar
Morei dos 5 aos 17
Lá tinha amarela
Que era um tanque de barro
Tinha as brincadeiras de roda
As pernas de pau
Os banhos de rio
O meu medo de me afogar
Adorava ver as amigas no rio a pular
Naquele lugar da minha infância fui feliz
Quando brincava nas ruas pequenas
Tentava radar o bambolê
Na minha cintura quase sem forma
Ali vivi metade da minha adolescência
Os namoradinhos que na maioria das vezes
Não sei porque eram os meus priminhos
Uns foi só rompantes
Teve um que foi o meu primeiro amor
Mas as nossas famílias não gostou
E o namoro com o meu grande amor não vingou
O saquinho era um povoado
De pessoas simples
Mas não engênua, pelo contrário
Eram pessoas fofoqueiras
Um lugar cercado por serras, matas, roças, gados
De tudo tinha em volta
A igrejinha era para todos um refúgio
De fé e de diversão
Pois ali tinha grandes missões, novenas
E as moças iam para encontrar seus amados
Assistir a missa e voltar para o portão
Eu tinha meu pai
Uma irmã, avó, avô
E muitos tios, e primos
Tinha muita insônia já naquela época
Quando era ainda uma criança
Ficava noites e noites acordada
Por isso ficava na casa de uma amiga
Quando ia para minha casa era repreendida
E não adiantanva falar que não estava fazendo nada errado
O saquinho tinha seus encantos
Bailes no meio do ano
Especialmente em junho as quadrilhas
Que eu particularmente amava
Sempre deslizei nas minhas emoções
Fiz realmente de cada fase da minha vida uma poesia
Alguns momentos chorava em outros ria
Diante da dor, não lhe resta muito
Ou você chora ou você ri
Do meu jeito fui feliz, naquele povoado
Mas eu sabia quase como se na minha mente
Ouvisse uma profecia
Era profético que sairia dali muito cedo
E não tinha nenhum medo.
Geovana Borges
A poetisa de Santos que é baiana
Poema escrito em 14/01/2016
Em uma quarta feira meio dia e vinte e seis minutos
Escrito na sala de casa um momento raro
A maioria dos meus poemas são feitos na cozinha... Já que sou uma doceira
Até o momento já são 120
Terceiro poema desse ano e o segundo hoje
Acho que estou inspirada.
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