Amor repressor
Entre a harmonia da casa e a arena da casa
A família, pronta agoniza
E protagoniza o enredo mais popular
O que chega do trabalho
O que quer sair, o que está cansado
O que tem serviço de casa pra cumprir
Entre cobranças e brigas,
Entre carinhos e intrigas
Daquele que ama e te quer bem
Não te compreendendo
Ou pouco querendo, é só vontade
De te preservar da dor que virá
Eis o amor repressor, de família
Querer e não deixar!
Onde os sonhos são bem mais reais
E as coisas para nós, são todas banais
Está traçado o conflito
Que a geração marca
Fazes da vida em vida presente
Muita coisa para se discordar
A experiência e o impulso da vida
Os calos e a pele viçante pelo toque
As feridas e a vontade de se aventurar
Os sonhos e o pouco que se tem pra sonhar
Unida assim a família, chegada e despedida
Cobertor em noite fria, comida e boa dormida
Gritos, favores, gestos ocultos com cara e compromisso
Sua vida passa e você compreende tudo isso
E não consegue outra coisa fazer, então...
Conduz esse raciocínio, a familia é o melhor lazer
Do dia chato, que é todo dia
Sair da família é fantasia de que livre podes ser
E longe dela, a liberdade de vagar no vazio
Na imensidão e do não ter chão,
Onde nada segura o silêncio e o poder