DESPERTADOR
Parada na esquina
ela sorriu para mim,
trajando roupas finas.
Um lindo vestido carmesim.
Seus olhos negros, tão lindos,
fitava-me com voluptuosidade.
Como a dois faróis vindos,
a me direcionar pela cidade.
A noite estava muito fria
e eu, sozinho sem direção,
procurava mesmo uma companhia,
que me aquecesse o coração.
Assim aproximei-me dela.
Apresentei-me, e, com muito prazer,
pude observar o quanto era bela.
Com pernas bem torneadas,
cabelos longos aos ombros caídos.
Era mesmo, a mais encantada.
Jamais vista
em todos os meus anos vividos.
Diante a tanta formosura,
fui deixando ser levado,
por desejos mistos de ternura.
Por caminhos jamais sonhados.
A noite estava tranquila e calma,
e tudo nos saia bem.
Assim unir nossas almas,
era o que ela queria também.
Aproximei meus lábios aos seus,
com o coração bastante acelerado.
E assim que os toquei...
Oh! Deus,
O despertador chamou-me ao lado.
Deste dia em diante
nunca mais pude esquecê-la.
E sempre que passo pelas esquinas,
olho atento procurando por ela.
Porém, esta bela e formosa mulher,
que a mim, veio com lábios risonhos,
foi me roubada por um despertador qualquer,
que me fez despertar de tão agradável sonho.
Nova Serrana (MG), 22 de agosto de 2006.