Depressão Poética XXII
Despertar do sonho
Entre a morte de um adormecer
O parto doloroso um novo acordar
Existe o mediano tempo do sonhar
E um outro tempo do conhecer!
Vida que me corre nas paredes sombrias
Que desliza pelos gélidos lençóis do leito
Memória do tempo que em mim sorrias
Dor da solidão que carrego no meu peito!
Volto a morrer a cada dia na esperança
A cada noite em ti me encontre no sonho
Que a vida de mim te arrancou, matança!
Ignóbil pecado, dos deuses que amaldiçoo
Na esperança que na amiga morte ponho
Esperança germinada, sonho que abençoo!