Labirinto de Minos - ÉBRIO DESERTO
Eu sei, que o nosso ego quer buscar o poder
Brasão, coroa, nenhum rei quer perder
E querem mais muito embora eu não entenda
Nessas batalhas ou se mate ou se venda
Não sei, só as abelhas poderiam dizer
Porque a rainha é quem manda fazer
E as operárias não, nem podem sequer
Ir pra outro rumo, outra colméia qualquer
Depois, bem além dos preconceitos morais
Das intrigas, xenofobias locais
Há uma quilombo cuja guerra é por paz
Lá as abelhas compartilham o mel
Você chamou esse reino de céu
Não encontrou esse lugar jamais
Porque criou inimigos de mais
E como é que poderia encontrar
Se você jura que ainda vai se vingar
Faz da justiça seus castigos eternos
Cria na terra verdadeiros infernos
Já era, agora o mal vai atrás de você
Não adianta nem lutar, nem correr
Desse inferno não se pode fugir
Vai atrair todas as dores pra si
Vai me julgar, me culpar, perseguir
Até que o fogo venha enfim extinguir
Depois das cinzas vai voltar a existir
Então, poderemos dar as as mãos, redimir
A maldição dessas juras eternas
Caminharemos cada qual com suas pernas
Por mil porvires entre ocasos, perigos
A diversão é se estar com amigos
Navegaremos pelo tempo incerto
Exploraremos mares, trilhas, cidades
Sobreviventes do ébrio deserto
Nós amaremos só a simplicidade
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