FRUIR O QUE A VIDA NOS DÁ

Saúdo a memória com um gole de vinho.

– À saúde e ao amor!

Sibila lá fora a ausência.

Poesia lavrada em frio e ventos.

Descobrem-se achados e perdidos...

Nos escusos recantos curte-se a memória

do que não houve.

É verdadeiro o mistério do poema:

o recriar da amada.

E um pequeno cacho de uvas

fermenta o gozo na boca.

Aguça no palatino o buquê das emoções.

Saudade, desta vez o gole é teu!

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2007/2009.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/591932