CÁ ESTOU
CÁ ESTOU
E cá estou
Acima o azul
As vezes cinza
Abaixo o negro
Chão impermeabilizado
Pelos homens
Antes era roxo
Na horizontal
A visão agora é curta
Na vertical infinita
O tum,tum é constante
Vez por outra tum,tum,tum
Os ferimentos leves
As marcas profundas
Mãos já não tem calos
Ficaram pelo áspero caminho
Hoje são poesias
Não batem, só afagam
Os braços adoram abraçar
A boca continua beijando
Mas agora sem avidez
Um carinho manso, comportado
A vida segue com seus
Presentes, pecados e passados
Sem importar-se com o futuro
Ocupa-se em cuidar de pequenos afazeres
Do dia após dia
E ter tempo para ler
Tentar escrever
Admirar os encantos naturais
E amar com intensidade
Aqueles que cercam
E que são a dádiva
Herdada do esteta