O Besouro
Naturalmente que não estavas nua.
Mas que parecia, parecia...
Fulgurava tua pele cor de carne-crua,
Ao sol outonal que já arrefecia
Exibindo entre as frestas do vestido
Aquele exuberante e belo tesouro.
E nisto pousa em tuas pernas
Um safado dum besouro!
E vai subindo o inseto, subindo,
Por entre as coxas, vestido acima.
E eu me mordendo por dentro
Ao vê-la enxotar o bichinho.
Pena não ser eu o intruso,
Pena não ter nascido besouro!