Depressão Poética XIX

Não deixes de sentir, ou morrerá a poesia…

Fiz-me prisioneiro de versos sem rima

Na dor que das letras desdobra

Fiz-me crente de gente sem vida

Onde perdem a glória do ofício

Fiz-me coitado sem amparo

Órfão das letras que declamo

Fiz-me poeta fingido no plágio

De sentires que copio de vós…

(…)

Nada sou de verdadeiro,

Tão pouco falso existe

Canto o mar distante sem ser visto

Saudades de amor com ele ao meu lado

Caem lágrimas de mãe,

De filhos que nunca tive

Amo corpos que não sonhei

Tão pouco em mim os desejei

Quanto mais falso serei?

(…)

As letras contam histórias

Que a vida me trás

Das tuas duras memórias

Que no silêncio escutei…

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 19/02/2017
Código do texto: T5917434
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