A Fera
Talvez seja eu apenas uma fera acuada
Um ser disforme que sente na pele
As dores não paridas de mim
São dores impostas e outorgadas
Que derretem causticamente minha alma
E deixam meu corpo carcomido
Ando tão cansada
Tão a flor da pele
Já nem sei o que será de mim
Nesta agonia desgraçada
Vestida de espinhos de palma
Vejo tudo distorcido
Não tenho mais nada
E ele ainda me repele
Sem dó ou piedade de mim
Saio correndo pela madrugada
Perdida
Louca
Desesperada
E ataco a todos que cruzam minha estrada
Eu a fera acuada
Perco toda a calma
Vocifero meus gemidos
Corro em disparada
Destruindo vidas
Eu a fera malvada