Alma de Hiena

Sempre vivi do recurso já exaurido,

Se do ar, respirei apenas o poluído,

Se do tempo, constei o agonizante,

Se da moral, aprendi a degradante.

Comi princípios e fins, comi os dias,

Guardei a dor das minhas covardias,

Se no trajeto não encontrei a trilha,

Abandonei pelo caminho a matilha.

Sempre subi os degraus mais altos,

Perdi coisas e coragem em assaltos,

Acreditei na história pichada na rua,

Na nuvem vi a sombra da luz da lua.

Comi restos frios dos pratos rasos,

Se da estima, fui o ego dos acasos,

Dividi na vida, o pouco com o nada,

No sentença fui a parte condenada.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 18/02/2017
Reeditado em 19/02/2017
Código do texto: T5916564
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.