ASAS DA POESIA

A poesia anda escassa, amiga

Embora rico seja o terreno

E existam imagens no movimento do mar.

Ela, a moça poesia, perambula

Tal qual deusa de profundas águas,

Transmuta-se em mulher de renome,

Circula,

Fermenta-me o cérebro, às vezes some.

Revoluções na sensibilidade ela traz

Óxido nítrico em vasos sanguíneos,

Dilata-os,

Despeja versos na areia de longínqua praia.

De alta e antiga janela, atrás

É vaso com gerânios,

Ornamentando longas paredes, em que jaz.

Noite de lua cheia, lá está ela,

oh! Águia de Haia

Mulher da escrita

A poesia, confundida, Bendita

Entre a calçada e a lua

De distante frutífera rua,

Habita.

Parideira de versos nesta poetisa menor,

Divaga a poesia, inspira

Por tempos, sumida, sem lira

Algumas vezes um poema desnuda, delira.

No adiantado da hora

Entre tantas Marias

Mestra permita-me, Senhora

Compará-la às gaivotas de Neruda.

Eram dele permanentes musas,

Voejantes em linhas reclusas

Constantes

As morenas asas andaluzas.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 17/02/2017
Reeditado em 07/07/2020
Código do texto: T5915935
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