ISTA
Caio da mão do equilibrista,
o pára-quedas implora ao chão que não exista
danço no passo a passo do sambista
na platéia quebro a perna do artista
E já disse que não importa não, a mão
beijada num desejo de reconquista
e o casal atravessando a pista
não olha não, despreza a bela vista
a teoria já não serve mais ao empirista
comamos o mundo numa salada mista
E já não importa não, a questão
é saber até que ponto eu não sou nazista
e até que ponto ouço a garota materialista
a onda vem e encaro até a crista
do galo, da galinha, do Cristo e do surfista
Consulto a marela lista
mais leve que a mão do golpista
o rosto, nem coluna, nem notícia, nem capa de revista
a sorte, serpenteia ao som do flautista
que, por sorte, é altista
E já não importa não, o não
sai da frente, vigarista!
e chega o fim ao fim, ista.