Cântico ao Pássaro Azul

Amanheço e sou recebido por uma manhã radiante

Onde um céu vigilante, pintalgado de nuvens me espia

Abro a janela do meu quarto e sinto a ausência sufocante

Do meu pássaro azul que pontualmente me traz o bom-dia!

Onde andará essa figurinha grácil de voz gorjeante, canora

Que vejo atrás da vidraça bebericando da água do vasilhame

Posto no peitoril da esquadria ao tempo que se banha, revigora

E logo após alça voo na amplidão dos ares sem algum vexame

Investigo a copa das árvores, perscruto toda a sorte de ramaria

E nada, nem um pipilar sequer, nada, nada que se me aproxime

À sua costumeira apresentação tão plena e composta de cortesia

Deixa-me deveras atônito e não há nada por fazer que me anime

Nisto, um sol esfuziante dardeja raios solares de encontro a mim

E em seu leque de luz permeava a silhueta de um sagaz passarinho

A trilar com alvoroço e presos em suas asinhas raminhos de jasmim

Fazendo-me crer que tal demora acontecera por culpa do solzinho...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 16/02/2017
Código do texto: T5914246
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