Poema do Eu Secreto
Eu me silencio no alvoroço dos seres.
È uma obra difusa e difícil de perfazer
bem mais que se desviar dos prazeres
maior que dos áureos sonhos se desfazer
Arguto é o homem que pensa a ausência
do ser amado emudecido, sem algazarra
viver com o peito em profunda anuência
sem que torne momento situação bizarra
Sempre em conluio com as vinhas do amor
- vaso quebradiço e a flor prestes a fenecer -
saltitando os crepúsculos até o sol se por
fazer das andanças em um eterno renascer
Silenciar sempre como o vazio das catedrais,
romper a dor até parece um pouco adormecer
idealizar sua imagem sintetizada nos vitrais
e esperar, sem balbúrdia, uma novo alvorecer