À BEIRA MAR
O mar provoca-me uma nostalgia intensa
Meus pensamentos em concentrada observação
Bailam sob ondas como correnteza imensa
Contristando o meu doído coração
Cético e esquecido aqui neste recanto
As ondas evoluem em lúgubre dança
Trazem-me alegrias e também desencanto
Vento mareiro que logo me alcança
Flores do nada surgidas
Não sei se trazidas do mar
Quem sabe se pelos Santos ungidos
Vieram meu espírito acalentar
Penso que cedo ou tarde
Ou quando novamente aqui retornar
Que bons pensamentos me guardem
E me levem novamente a sonhar
Sonhar sonhos tão sonhados
Em catarse meu espírito ficar
Que não me remeta ao passado
Aonde não pretendo retornar
Que a nortada não me atinja mais
E o frio n’alma jamais retorne
Quero sonhar e que sejam normais
E te abraçar, te beijar, com destreza enorme