Substância
Quanto de vida e de morte
Está nesta taça
Que estou a beber?
Depende da lida,
Depende da sorte,
De um eu substância
A se refazer.
Quanto de sol e de lua
Na mente insinua
O tempo de ser?
Depende da sombra,
Depende da rua
Por onde caminha
Nas folhas que lê.
Pensamentos ébrios
Não os levo a sério
Mas tomo uma dose
Sem muito critério.
Olho para o espaço
Nas flores do etéreo
Em seus vários signos
Habitam os mistérios.
Experimento a noite
E ao nascer do dia
Atravesso a ponte.
O que é distante
Nos abraça em sonho
Num pequeno instante.