SER FEIA
Vejo as mulheres caminhando,
por entre as ruas desfilando.
Algumas extremamente maravilhosas,
dentro de seus vestidos na cor rosa.
Outras atraentes e bonitas,
de cabelos soltos ou amarrados com fitas.
Algumas simpáticas e aprazíveis,
que me fazem ter sonhos impossíveis.
E ainda há aquelas feias,
mal vestidas e sem meias,
que carregam em suas feiuras,
o segredo desconhecido das formosas.
Ser feia...
A feiura nunca há de se acabar
e sua tendência é sempre aumentar.
Enquanto as formosas e aquelas,
de corpinhos lindo tão belas,
irão se deformando e tão aflitas,
não serão mais as mais bonitas.
Enquanto as feias sempre feias serão,
Independentemente da ocasião.
Porém nos olhos das feias posso ver,
que há muita alegria em seu viver.
Não se preocupam com o visual,
mas estão sempre em alto astral.
Pois ser feia não é defeito.
Defeito é não ter se quer o direito,
de ver seu trabalho reconhecido em vida.
Na lida da casa, na cozinha ou no tanque esquecida.
Lavando, esfregando, alvejando e passando,
as mais lindas vestimentas que as belas estão usando.
E no desfile da longa vida, aquelas,
tão lindas, formosas, e belas,
sempre deixarão algo a desejar,
ciente de que sua beleza há de findar.
Assim só as feias felizes serão
e nunca se importarão com o que dirão.
Pois a feiura sempre aumenta.
Enquanto as formosas em tormentas,
já não sabem mais o que fazer,
para sua beleza não perder.
Ser feia é muito bom!
Pois nem é preciso usar batom.
Agora ser bonita já é mais complicado,
pois tendo os sonhos da beleza findados,
só restarão às modelos deste mundo obscuro,
a certeza de que serão as feias do futuro.
Nova Serrana (MG), 11 de agosto de 2008.