Poesia e cura
A poesia faz amanhecer o dia
É uma nave de teletransporte
Nos transportando no tempo e no espaço.
Prefiro a escrita, ao devaneio.
Para que registrado o desejo
Ele possa ser reencontrado
Mil vezes realizado.
E no alto, pássaros em liberdade
Constroem ninhos
Migram.
Encontram novos caminhos
No espaço infinito das revoadas
Prefiro o olhar que fala,
Verdade nos olhos que não conseguem fingir
À voz que não diz o que quer dizer.
Engano de lábios.
Quero a resposta para minhas questões
O mundo, uma estrada
Uma melodia tocando a vida
Música, luz, cor
Perfume de alfazema
Um perfeito olor
Cerejas doces
O toque nas mãos
O toque na pele
Arrepio, suspiro.
Prefiro a poesia viva todos os dias
Mesmo que fale de dor, desamor
Contudo, sempre traz junto a si os sentidos
A essência das verdades infinitas
Não para machucar e sim para nos despertar.
Mas, se porventura sensibilizam,
Ou até mesmo rememoram lembranças tristes
Já trazem consigo, embrenhada no seu cerne,
O bálsamo da cura.