Retornando

Acabo de chegar de um lugar estranho,

ainda tenho um gosto estranho na boca.

Porque foi assim,

nada explicou até agora.

Nada faz sentido,

mas ainda tenho sangue pulsando nas veias.

Meus restos no chão.

Eu não quero voltar a esse lugar tão estranho,

mas aqui também não é tão bom assim...

Agora só me resta lavar os pratos,

limpar os sapatos,

caçar os ratos,

afagar o gato,

anotar os fatos,

escrever os versos e as canções de mim.

Mas não me restam nem caneta e nem papel,

de nada valeram meus ais.

Meus princípios não me livraram do caos em mim.

O caos em mim não alterou meus princípios.

Ainda tenho as mãos molhadas,

os pés descalços e doidos.

Detalhes de um conto ilimitado,

inimaginável,

incompreendido.

Alarmante,

percorri caminhos mil,

encontrei pessoas vãs,

acabei ficando só.

Em meu canto de um canto insano,

métrica avariada,

camisas rasgadas.

Muda estagnada,

insanidade em pleno voo.

Irreal, insuficiente,

imponente.

Não há ninguém pra ouvir.

E descartável...