Ela
Sentada na porta de um bar qualquer,
Pensando no dia, esperando a noite chegar.
No seu próprio meio de ganhar a vida,
Seu corpo tem que entregar
Ao primeiro que chegar.
Não tem pais nem filhos,
Nem herança para deixar.
Quando no fim sua vida chegar,
Ninguém por ela vai chorar.
Vive a sua vida sem muito reclamar.
Se sente alguma dor,
Não tem a quem se queixar.
Não confia em ninguém,
E aceita tudo que vem.
Não escreve jamais,
Nem cartas recebe também.
Mas consigo traz uma história
Que nunca contou,
E nem pensa em contar
Nem mesmo na hora de deitar.