A Face do Lúdico
Na loucura me mostro, na loucura me vendo...
Na loucura até imito um sorriso terno...
Na loucura me escondo, na loucura me enxergo...
E nos olhos de cada um, um novo preço...
Esperam riquezas, e eu só detalhes...
Declamam mentiras, não meço verdades...
Há egocêntria, no fato irreal...
No pouco, tão pouco, já pouco normal...
No baile de máscaras, só há inverdades exatas...
De costas não mostro o que você esperas eu ser...
Seu doce chamado, evitando ler meus olhos já ignorados...
Que não mancho minha decência por ninguém...
“Apenas uma” lhe ouço dizer...
Em posição de valsa me ponho a esperar...
Passos idênticos, máscaras tristes...
No repertório degradante que estás a tocar...
Luxúria, desejos, cobiças e desprezo...
Cada pecado ao meu lado a dançar...
Na face do lúdico enfim permaneço...
Já não sei se visto a máscara, ou a máscara que estás a me guiar...