Mar de volta

Entre mar e pedra tocam-se

alga e espuma, eco e silêncio:

e é uma linha tênue a do grito

quando fere a pedra o mar.

São palavras as cantigas humanas,

também os gestos que esculpem a natureza

do sorriso, da lágrima, qualquer cor

guardada na memória após a ressaca.

Há uma donzela na borda do oceano,

na ponte, no alto, com olhos longe:

ela quase pode quase tocar o céu, quase cair no mar

tão alto, tão alto, e tão longe seu sonho.

Espera uma resposta da água, no horizonte,

espera ser parte da pedra onde repousa seu sono -

o que retorna dos dias é sua imagem refletida,

aguardando um amor que não voltará.

http://metrezuza.blogspot.com