As Marcas
Pela vida houve sim solavancos,
Da pele esfolada nos barrancos,
Ficaram nas marcas mais claras,
Onde mais doeram, dores raras.
Estampa feita no tempo sofrido,
Incurável sorriso mal produzido,
Pela vida houve sim, inacabado,
Período do vivido e do sonhado.
Pela vida houve sim demônios,
Insuportáveis rimas e neurônios,
Entre roupas sujas, mal vestidas,
Houve tantas faces esquecidas.
Para ter paz durante as batalhas,
Pela vida houve sim as migalhas,
Que davam senso pleno à solidão,
Coração precário, preso no porão.