Uma essência a desvendar

Me chega a penumbra dos sonhos

trago sempre um lírio na lapela, um fulgor frenético

uma orla escondida,

um coração estilhaçado em menor degrau

Sob a lua exaurida , flui-se num mar sigiloso

interminável,torvelinhos,tramas.

No vestígio dos corpos celestes, carrego sempre

olências que pairam ,resquício de sol,

Sementes de luz, retalhos argenteados.

Sei que, nos teus lábios, nunca soube sentir o tempo

porque és mais lépido na maciez de suas mãos

Por isso, no barco sombrio que me invade,

na mão, trago sempre uma querena de remanso,

um arrimo verde, um rol de velas rosadas.

Numa palavra fluida,ondula, por vezes,

um lábio insensato, uma curva abrasada,

um ponto de evasão.

Por isso, nos caudais de seda, trago sempre

na lapela, uma orla, uma rebeca,

um medidor flutuante, um resquício de cal,

uma cauda de lava, um farrapo de estrela a pairar ao vento,

num colo de luz,

por entre um reflexo cinza, um olhar límpido,

uma ninfeia intacta,

ou a olência de um gerânio adormecido em páginas.

Aucione Rodrigues da Silva-10/02/17 as 15:32

Sissapoetisa
Enviado por Sissapoetisa em 10/02/2017
Código do texto: T5908548
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.