Andei na noite.
Foi em outro tempo
Sem sobressaltos.
 
Na madrugada.
Sem passos ligeiros
Ou medo de assaltos.
 
Olhando a lua,
Um cometa que passava
Uma fieira de estrelas.
 
Outros notívagos.
Pessoas que encontrava,
Alegria em vê-las.
 
Um violão ás vezes.
Uma canção antiga,
Um coração ferido.
 
Uma confissão de ébrio,
Uma mão amiga,
Um olhar perdido.
 
Houve um tempo
Em que a rua era calma
E a noite era quieta.
 
Era um tempo
Em que, para ser feliz,
Bastava a gente ser poeta.