Ao que resiste
Longe vai o tempo, longe uma voz
As marés não se cansam de cantar
E os olhos que cismam em voltar
Bebem dúvidas de um medo atroz.
Não foi dito que sempre será não?
Então porque tanto cantar, insistir...
Por não desligar a cabeça e dormir?
As estrelas se foram, as horas virão.
A aurora como sempre floresce
E o amor não se acaba ao dormir
O que mais dói, subtrai e resiste
Flutua como um barco a seguir.