MORRER COMO PASSARINHO
Um passarinho bateu na minha janela,
Um acidente horroroso, lastimável.
Morreu como um passarinho, de graça
O pobre do bichinho, todo quebrado.
Coitadinho dele por não ter aprendido
Que o homem coloca vidros nas janelas
Para deixar o resto do mundo lá fora
Com medo de ser invadido ou roubado
Peguei o corpinho que estrebuchava,
Com o cuidado de um pára-médico
Atendendo um acidentado.
Deitei-o em uma almofada, para morrer,
Como se fosse um ser humano.
Acalmei com isso minha consciência.
Era o mínimo que eu podia fazer
Para esse visitante inesperado.
Depois enterrei-o no quintal
Ao pé do muro, embaixo da pitangueira
Que á noite era o seu abrigo
E de dia ele fazia a feira.
Um túmulo sem marcas, pequenino.
Lá jaz a pobre avezinha acidentada
Que pensou que podia voar livre
E encontrou uma janela fechada.
Um passarinho bateu na minha janela,
Um acidente horroroso, lastimável.
Morreu como um passarinho, de graça
O pobre do bichinho, todo quebrado.
Coitadinho dele por não ter aprendido
Que o homem coloca vidros nas janelas
Para deixar o resto do mundo lá fora
Com medo de ser invadido ou roubado
Peguei o corpinho que estrebuchava,
Com o cuidado de um pára-médico
Atendendo um acidentado.
Deitei-o em uma almofada, para morrer,
Como se fosse um ser humano.
Acalmei com isso minha consciência.
Era o mínimo que eu podia fazer
Para esse visitante inesperado.
Depois enterrei-o no quintal
Ao pé do muro, embaixo da pitangueira
Que á noite era o seu abrigo
E de dia ele fazia a feira.
Um túmulo sem marcas, pequenino.
Lá jaz a pobre avezinha acidentada
Que pensou que podia voar livre
E encontrou uma janela fechada.