ATREVIDA
Às vezes sou atrevida e me lanço ao além,
Conquistando a vida do jeito que vem.
Às vezes sou atrevida, nem percebo a medida,
Mas também sou contida as coisas da vida.
Às vezes sou atrevida, me lanço no vaco,
E me doo ao regaço de nada se ter.
Às vezes sou atrevida, sei curar as feridas,
De quem em minha vida chegar a entrar.
Às vezes sou atrevida e dilacero também,
Com gosto e medida de quem a convém.
Às vezes sou atrevida, escuto o que devo,
E respondo o que quero se me fizer bem.
Às vezes sou atrevida, me jogo nos braços,
Apaixono-me sem paz e teimo em ficar.
Às vezes sou atrevida, me torno amiga,
Até da inimiga que julgava ser.
Às vezes sou atrevida me entrego sem medo,
De que o fracasso me possa ferir.
Às vezes sou atrevida,
São coisas da vida que me fez ser assim.