A razão dos sonhos meus
Há bastante eu sonhava
Sem saber com que direito,
Hoje mora no meu peito
A razão dos sonhos meus.
Os meus sonhos, sombra pura,
Eram sonhos tão inúteis,
Sem razão os sonhos meus.
Percorriam as alturas,
Nos caminhos do infinito,
Eu já disse, hoje repito,
Que os tomava por sandeus:
Não traziam nada, nada,
Pobres sonhos de loucuras,
Foram pobres sonhos meus.
Mas valeu a caminhada
Dos meus sonhos ansiosos
Por morar nos olhos teus.
(Pitangui, MG/1967)