Saudade líquida
 
A saudade se faz,
Nem se sabe de onde,
Ressurgida do que ou de alguém,
Liquefeita na lágrima...
Vem na noite, num ronco de moto,
No barulho do avião,
Ou no latido de um cão.
Na cama, um corpo sem sono.
No rosto, a   expressão tão sem dono...
O cio da gata, no muro, lá fora,
É um lamento sonoro
E, também,  um apelo de vida.
Traz agora, incontida, a ânsia de outrora,
E de longe vem o tom de um cheiro tão bom...
É caricia? É lascívia?
É um perfume ou é um som?
 
Mas a saudade, cansada,
Esta de agora, saudade tão lacrimejada,
Eu sei, esta, exatamente,
 
Esta, é sempre molhada...
 
 
 
isabel Sprenger Ribas
Enviado por isabel Sprenger Ribas em 07/02/2017
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