PARTES

 





dentro do parque
tem um banco
feito de ma
dei
r
a
e em
sua frente
há um abandonado
tênis branco
não há pé
nem alguém
que o preencha
fora ou d
e
n
t
r
o

sobre o tablado
do assento
tem um livro aberto
de ignorado assunto
mas ninguém perto
ou nele inscrito
ou esc
r
i
t
o

sob as moitas
de flexíveis bambus
jaz frágil sombra...
...sopra uma brisa
de fingimento
do vento
que não deixa
quase nada quieto
abrindo um buraco
fabricado de luz
no firmamento...

...alguém foi levado
pela leveza
dura
do vento

[...pedaços de você
ficam em todas partes
quando tu partes...]

quem importa
quando vai embora
faz muita falta

 quem fica
perde-se em carências
tocando todas
as saliências
e reentrâncias
de todas ausências