Poema Fútil
Nenhuma poesia foi estéril,
Nem a sem palavras vazias,
Nem as cem palavras vadias,
Nada foi infrutífero, nem Judas.
Nada foi apenas traição fútil,
Nenhuma luz foi acesa inútil,
Nem a da caverna mais funda,
Nenhum morcego voou cego.
Algo aqui se produziu no luxo,
No riso histérico do meu bruxo,
Moça alguma sonhou de bruço,
Nem bêbado abraçou o soluço.
Nenhuma fantasia fez verso,
E nem azia, nem ar perverso,
Nem o sujo no rio que passou,
Repetiu como nada o meu não.
Dado Corrêa