Conhecendo a Pérola do Caeté
Dos paralelepípedos emanam
falas de diversas épocas,
tons de vozes
liquefazendo-se
nas águas da chuva
deste inverno
amazônico,
lavando as ruas
historicamente pisadas
por milhões
de passos dados
e correndo pelas sarjetas
deste centro histórico
(v)indo desembocar
em belas praças,
afluindo na direção
do Bem-Querença
e levando todo um cotidiano
de vida e labuta
e despejando-o
no leito e na correnteza
do Caeté...
conduzindo os pés
para que os olhos vejam
e a pele sinta
a aprazível brisa
da orla fluvial
em lufadas ritmadas
mimetizando
o compasso singular
da Marujada...
"O Museu é acolá",
me informa alguém,
fazendo bico com os lábios,
apontando para trás
da igreja do Santo Sebastião.
Bendita Jornada de letras
que nos 'forçou'
estar aqui-agora
sem que ninguém
nos roube estes gostares,
sem que ninguém
nos leve embora
esse belo ao-redor que
é só nosso agora...
"Não é, São Benedito?"
Bendito São Benedito!